V. Brahamananda Rao, Clóvis E. Santo e Sergio H. Franchito
A
análise de dados climatológicos fornecem uma boa indicação
das variações sazonais. Na maior parte do Brasil há um
forte ciclo anual, com a estação chuvosa concentrada durante
o verão e pouca chuva ocorrendo durante o inverno. Usando
dados climatológicos de 40 anos (1959-1998) foi calculada
a porcentagem da chuva em cada estação do ano (dezembro,
janeiro e fevereiro, DJF; março, abril e maio, MAM; junho,
julho e agosto, JJA; e setembro, outubro e novembro, SON)
em relação à chuva total anual. A
Figura
1 mostra a chuva acumulada em cada uma dos
4 trimestres expressa como percentual da chuva total anual.
Por exemplo, se a chuva total acumulada em um certo trimestre
for de 700 mm e o total anual for de 1400 mm, a porcentagem
será de 50%. Caso a chuva acumulada fosse igual em cada
trimestre, a porcentagem referente a cada um deles seria
de 25%.
Na
Figura 1
nota-se que, na parte central do Brasil (incluindo a
região
sudeste), 50% ou mais da chuva anual ocorrem em DJF.
Assim, DJF corresponde à estação chuvosa nas regiões central e sudeste do país. No sul do Brasil,
neste mesmo trimestre, a porcentagem é de 25%. Durante
MAM, as regiões norte e nordeste do Brasil recebem mais
de 40%. Na região do litoral norte do nordeste a porcentagem
é de 60% nesta época. No restante do país a porcentagem
é de 25%, sendo que na
região
sudeste menos que 20% da chuva anual ocorrem neste
período. Em JJA, o litoral do nordeste e partes noroeste
e sul do país recebem 25% da chuva anual. Neste trimestre,
a parte central (incluindo a região sudeste) recebe menos
que 5% do total anual. Assim,
JJA
corresponde à estação seca nas regiões central e
sudeste do Brasil. Em SON, a quantidade de chuva
começa a aumentar, chegando a 25% do total anual em todas
as regiões, exceto nas partes norte e nordeste. No norte
do nordeste a chuva em SON corresponde a 5% do total anual.
A
Figura
2 mostra a variabilidade interanual da chuva
(em mm) no mês de junho considerando dois diferentes cenários:
pessimista e otimista. No cenário pessimista é mostrada
a chuva média mensal menos 1 desvio-padrão (caso seco).
Desvio-padrão representa a variabilidade e a média representa
a normal. No cenário otimista é mostrada a chuva média
mensal mais 1 desvio-padrão (caso chuvoso). Esta figura
mostra que mesmo com a chuva média mais 1 desvio-padrão
(o máximo esperado baseado na climatologia)
a
parte central do Brasil (incluindo a região
sudeste) recebe apenas 50 mm de chuva em junho.
Nas partes referentes ao litoral do nordeste, sul e noroeste
do Brasil, ocorre boa quantidade de chuva neste mês, mesmo
no caso do mínimo esperado (média menos 1 desvio-padrão).
As
Figuras 3
e
4
mostram a chuva média mensal mais e menos 1 desvio-padrão
para julho e agosto, respectivamente. As características
são semelhantes ao mês de junho. A quantidade de chuva
em setembro (
Figura
5) média mais 1 desvio-padrão aumenta (em torno
de 100 mm ou mais) na maior parte do Brasil. Nos meses
de outubro (
Figura
6) e novembro (
Figura
7) a quantidade de chuva aumenta ainda mais
em quase todo o país.