Perguntas Frequentes
Podemos confiar na previsão climática (de longo prazo) para a região das Bacias Hidrográficas?
As Bacias Hidrográficas estão inseridas numa região onde os fenômenos meteorólogicos possuem alta variabilidade espacial e temporal, isto é, as variações atmosféricas ocorrem num curto período de tempo, por exemplo: chuvas de fim de tarde; entradas de frente frias; mudanças abruptas de temperaturas. Este é uma das razões que tornam as previsões a longo prazo de baixa confiabilidade nesta região.
Além disso, as técnicas mais modernas para previsão climática para até 6 meses, as quais o CPTEC/INPE utiliza, possuem suas limitações. Estas limitações se refletem em certas regiões do globo para as quais não é possível fazer previsões climáticas com um mínimo de confiança. Algumas destas regiões são as Regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

De que forma a estiagem está relacionada com o problema da crise energética?
A última estação chuvosa (de outubro de 2000 a março de 2001) apresentou o total de chuvas na Bacia de São Francisco em torno de 800 mm, o que corresponde a uma redução de 20% em relação à média histórica.
Estudos mostram que nos últimos 4 anos a precipitação esteve relacionada diretamente com às vazões. Entretanto, e contrariando a evolução temporal de vazões afluentes, neste mesmo período o volume armazenado nos reservatórios da Região Sudeste e Nordeste apresentaram uma marcada tendência de decréscimo. Portanto, a redução em 20% das chuvas de 2000/2001 não podem ser considerados responsáveis pela situação crítica em que se encontram os reservatórios de geração de energia nessas regiões.

Qual a ligação entre El Niño e chuvas na região das Bacias?
Não existe uma ligação clara entre os diversos episódios El Niño já ocorridos e as chuvas nas Regiões das Bacias. As vazões do Rio São Francisco em Sobradinho (baixo São Francisco), no semi-árido, pode sentir os efeitos do El Niño devido a uma redução das chuvas nessa seção da bacia, devido estar localizada em parte do semi-árido Nordestino. Nas bacias do Médio e Alto São Francisco, a sinal é fraco, e é difícil de obter uma sinal consistente do fenômeno com as chuvas nestas seções da bacia, e portanto com as vazões.
Este sinal pode variar em intensidade e até em sentido de um ano de El Niño para outro. Assim, anos como 1943, 1950, 1958, 1980, 1984, 1991 (anteriores a El Niño 1997-98) apresentaram vazões muito altas durante a estação de maiores valores (Fevereiro-Março-Abril). De todos eles, só 1958 e 1991 foram anos de El Niño, enquanto que 1943 e 1950 foram anos de La Niña.
Como o Sudeste é uma região de transição entre efeitos opostos à eventos de El Niño e possui uma topografia bastante acidentada, há grande variabilidade espacial dos efeitos desses eventos. A transição situa-se no norte de São Paulo e no norte e o sudeste de Minas Gerais.
Outro ponto importante é que neste ano não foi observado o fenômeno El Niño.
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
CPTEC - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
© Copyright 2016 CPTEC/INPE
Comentários e/ou sugestões: Fale Conosco